2 por 1! / Homens-Aranha e um mistério…

Enfim uma das coisas mais improváveis, para não dizer impossíveis e indesejáveis, do universo aracnídeo aconteceu: Peter Parker e Miles Morales se encontraram!

É verdade, amiguinhos…

2 Homens-Aranha juntos

Um dos grandes argumentos que fazia os fãs do cabeça de teia não imaginarem tal encontro baseava-se na dúvida de como unir dois personagens de universos distintos. A única saída aparente seria tocar o puteiro na linha espaço-temporal das duas linhas editoriais, causar uma catastrofe gigante e criar um buraco negro ou vórtice temporal que servisse de porta entre os dois universos e por aí vai, causando o maior fuzuê e etc.

SÓ QUE NÃO! A resposta certa nunca é a mais óbvia mas, quase sempre, é a mais simples. Porque não usar um dos inimigos mais corriqueiros do herói, adorado por muitos e odiados por multidões? Sim! Mistério!

2 Homens-Aranha

Aquele que, por muito tempo – e na mão de muitos roteiristas – foi subutilizado e rebaixado ao segundo escalão de vilões do Aranha, caiu como uma luva no impasse de como colocar os dois amigões da vizinhança frente a frente. Una à isso algum tipo de tecnologia bizarra, digna de Tony Stark e Reed Richards, e pronto! O circo está armado.

No primeiro volume, de um total de cinco edições, não recebemos grandes detalhes da trama, do que está acontecendo ou do que está para acontecer. Tudo que acontece, acontece rápido – como toda boa história do Aranha – e, quando você menos percebe, nosso herói faz uma burrada e a vaca vai pro brejo.

A revista termina no melhor estilo novela da Globo: mocinhos se encontrando, embasbacados, sem entender nada. É ÓBVIO que você vai ficar roendo as unhas até o volume dois chegar pra saber o que vai acontecer, nem precisava ter história boa pra isso acontecer.

O roteiro está nas mãos de Brian Michael Bendis, ninguém mais ninguém menos que o cara responsável por grande parte do que o universo Ultimate é hoje. Além disso, consta no curriculo do cara, trabalhos com Demolidor, Alias, a saga Dinastia M e a excelente HQ policial Powers.

Quem assume os desenhos é Sara Pichelli. Sara é uma das artistas da nova leva dos quadrinhos, trabalhando a “pouco tempo” com a Marvel. Já desenhou alguma coisa dos X-Men e, a partir do segundo volume de Ultimate Comics: Spider-Man, Sara foi contratada como artista principal responsável pelo aracnídeo na linha editorial.

quadrinho do homem aranha

Para os fãs de longa data do amigão da vizinhança, junto com o traço mais “pop” – definido assim por ela mesma – é possivel identificar algumas referências ao estilo clássico do desenho, principalmente na movimentação do Aranha, nos remetendo à dinâmica utilizada na década de 80 e 90 por John Romita Jr. e Todd McFarlane.
Por fim, mas não menos importante, a colorização fica na responsabilidade de Justin Ponsor. Justin é um colorista recorrente nas revistas do Aranha no universo Ultimate, já tendo – também – trabalhado em algumas edições dos X-Men e dos Vingadores, além de ter colorido uma boa parte da mega-saga Fear Itself (A Essência do Medo aqui no Brasil). O que recebemos nessa revista é uma pintura digital repleta de tons e sobre-tons muito bem definidos e delineados com alguns efeitos de pintura com aquarela, só como requinte.

Um trabalho muito bem capitaneado pelo trio, que empolga e cativa. Uma pena ser uma revista tão curta e que dure um mês para continuar…

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