O Cruzador Fantasma é o blog do podcast Transmissão Fantasma, ambos especializados em histórias em quadrinhos, com informação e divertimento na medida certa.
Desde que sofreu um acidente andando de patins em 1992, Bill Mantlo tem dependido da bondade de estranhos. Com sérios danos cerebrais, ele mal consegue realizar suas funções básicas e tem sido ajudado pelo meio, que até já criou uma conta com o nome do autor em que todos podem depositar e ajuda-lo em sua sobrevida.
De tempos em tempos algum grupo se reúne e faz algum projeto baseado em alguma de suas criações mais importantes. O alvo da vez é o Rom, o cavaleiro espacial, que pode não ter sido criação sua, mas teve seu roteiro em todas as 75 edições da revista. Um grupo de 20 artistas está recriando a primeira edição do título. O projeto batizado de ROM Remix é um trabalho voluntário cujos lucros serão voltados para o autor, cuja manutenção da sobrevida requer uma quantidade alta de verba externa, afinal, ele não pode colaborar com o próprio sustento.
O autor é o criador de Rocket Racoon, que ganhará o mundo este ano como um membro dos Guardiões da Galáxia, filme do qual ele supostamente não recebeu nenhum reembolso pelo uso de uma de suas criações.
Recebemos uma informação bacana em nosso e-mail do pessoal do Fórum de Quadrinhos do Ceará sobre o Capitão Rapadura, herói cearense criado em 1973 que está completando 40 anos.
Historia Capitão Rapadura
Pra comemorar esses 40 anos trazendo divertidos quadrinhos,
mensagens engrandecedoras e atitudes exemplares, colocando o personagem
como símbolo do povo cearense, tanto em sua maneira positiva de tratar o
mundo, como em sua forma divertida de encarar as dificuldades, o Fórum de Quadrinhos do Ceará e o Armazém da Cultura vão trazer um Álbum comemorativo do personagem.
Nesse álbum o personagem será revisitado por diversos artistas
cearenses, ao todo 25 profissionais entre desenhistas, roteiristas,
coloristas, designers, animadores, ilustradores e historiadores se
reúnem para trazer 15 histórias homenageando o Capitão Rapadura e os personagens de seu universo, como seu sobrinho Brinquedo e o ladrão Babau Lalau.
Além das histórias homenagens, o álbum consta de uma linha do tempo, organizada pelo entusiasta e jornalista de quadrinhos Ronaldo Barreto,
com os principais momentos desses 40 anos de vida, a releitura de uma
história clássica e prefácio feito pelo jornalista e planejamento
editorial da Maurício de Sousa Produções, Sidney Gusman.
Álbum é colorido Capitão Rapadura
O álbum é colorido, tem 116 páginas, acabamento com lombada quadrada e
capa cartonada com brilho, e podem se preparar pois o álbum terá duas
datas de lançamento confirmadas, uma delas será no FIQ
(dia 16.11 – 15h, Stand Fórum de Quadrinhos do Ceará (Serraria Souza
Pinto, Av. Assis Chateaubriand, 809, Floresta. Belo Horizonte-MG) e a
outra na terra natal do personagem, em Fortaleza (dia 26.11 – 19h,
auditório da Biblioteca da Unifor (Av. Washington Soares, 1321, Edson
Queiroz. Fortaleza-CE).
E para os tripulantes que ficaram curiosos, segue algumas amostras de páginas que os amigos do Fórum de Quadrinhos nos enviaram para divulgação.
Pelo visto os quadrinhos digitais atraíram um nome de peso. Electricomics, o novo projeto de Alan Moore será tanto uma antologia com material inédito do espantoso barbudo e seus incríveis amigos quetambém servirá como plataforma para que outros autores possam publicar suas histórias.
Chegado em experimentações desde a incompleta minissérie Big Numbers, o mago inglês
pretende descobrir todas as possibilidades narrativas e visuais dos
quadrinhos digitais. Para isso, ele reunirá outros autores que toparam o
desafio de criar histórias dentro desta premissa.
Entre os anunciados estão: Garth Ennis e Peter Snejbjerg que contarão uma história sobre a primeira guerra mundial, Peter Hogan cujo conto de horror modernista intitulado Cabaret Amygdala pode surpreender os leitores; além disso, ainda teremos Sway a história de viagens no tempo de Leah Moore e John Reppion e Moore em pessoa escrevendo Big Nemo, que está sendo divulgada como continuação da clássica série de Windsor Mckay.
Antologia Alan Moore
A antologia ainda não tem data de lançamento, mas certamente
ouviremos falar muito dela quando for lançada. Brigado com quase todas
as editoras, Moore se associou a Mitch Jenkins para montar a Orfans of the Storm, empresa que “publicará” a antologia. Leah Moore será a editora.
O mecenas da empreitada será o Digital R&D Fund for the Arts e Ocasta Studios está desenvolvendo o aplicativo.
Empolgados com a novidade? O que vai ter de putinha do Moore querendo participar do projeto não tá no gibi.
Há algum tempo o mercado de quadrinhos vêm sendo agitado por
burburinhos, boatos, especulações e previews de o que a Marvel pretende
fazer com a tal linha de publicações da Marvel Now.
Para aqueles com vista grossa, a Marvel Now pode ser considerada só
mais um grande evento / mega-saga envolvendo os maiores títulos da
editora, o que pode ser um problema se for tratado desta maneira visto
que – cada dia mais – as grande sagas diminuem o espaço de tempo entre
elas, deixando de ser algo grande e tornando-se algo casual, somente
mais uma ferramente caça níquel.
Porém, mercadologicamente, Marvel Now é o contra-ataque direto ao que a ~distinta concorrência~
fez em 2011 com seu reboot e os novos 52. A diferença aqui é que a
Marvel não alterará nada na cronologia de seus heróis, o que passou,
passou. O intuito de Marvel Now é integrar mais alguns títulos,
alavancando as vendas envolvendo todos em uma única trama. Ou seja, mais
uma mega-saga. ¬¬
Alguns títulos, casualmente, terão seus números de lançamento
zerados, voltando aos one shot #00 ou #01. Alguns sofrerão um acréscimo
de volume, como aconteceu com o Homem Aranha Ultimate,
que passou pela numeração em V2 e agora está em V3. O que não influência
em nada, diretamente, da história mas serve como “marcação” para uma
grande mudança dentro da história. É como se fossem capítulos novos
dentro das publicações mensais.
Além disso, várias revistas continuarão seguindo sua numeração normal
ou entrarão no mercado como spin-offs de outras existentes, como é o
caso da segunda publicação inicial da Marvel Now, Red She-Hulk, que inicia uma publicação dela porém continuando a partir da numeração que vinha sendo publicada nas mensais do Hulk: Mayan Rule, entrado no mercado como #58 ao invés de 01.
O foco de atenções aqui é a publicação inicial de Os Fabulosos Vingadores, ou Uncanny Avengers para os puristas. Aqui nota-se a continuação direta da última mega-saga da editora: Vingadores vs X-Men.
Spoiler adiante
A
trama começa, ou continua dependendo do ponto de vista do leitor, com o
Avalanche sofrendo uma lobotomia/implante cerebral. Paralelo a isso
vemos o irmão de Scott Summers indo visitar seu irmão que encontra-se
preso e vendado em uma câmara de energia após a morte do Professor X.
A edição inicial não mostra muito, só serve para situar o leitor no
que está para acontecer e mostrar o tamanho do pepino que devemos
esperar que, no caso, resume-se ao Caveira Vermelha de posse do cérebro
de Charles Xavier, prometendo dominar o mundo com seus
poderes psíquicos.
O que eu acho? Prefiro não opinar com tão pouco material publicado
mas o departamento de “vai dar merda” já está me ligando aqui dizendo
que a chance de dar merda é grande.
No final de semana, Jim Starlin postou um curioso link em seu Facebook.
Informações de Adam Warlock em Vingadores
Segundo o site indicado a trama do terceiro Vingadores seria a Saga do Infinito. Se a suposição for verdadeira, Adam Warlock, que foi um personagem importante nas histórias do Infinito faria sua primeira aparição nos cinemas.
Com o surgimento de Thanos no primeiro Vingadores e as joias do infinito sendo citadas em todos os filmes “cósmicos” da Marvel…
E é sempre bom lembrar que Starlin chegou a ser proibido de usar suas duas criações. Após ter ressuscitado Adam Warlock em uma de suas sagas, o artista foi avisado que a Marvel tinha outros planos para suas criações e ele foi obrigado a abandonar o novo projeto que envolveria Thanos e Warlock e foi ressuscitar o título Savage Hulk.
Em seu FacebookStarlin informou que recebeu a permissão da editora para usar os dois personagens, o que garante que a qualquer momento veremos Infinity Duel, a próxima saga de seus personagens.
Será que teremos Warlock e suas pérolas niilistas nos cinemas? Você gostaria de ver uma versão live action do personagem?
Enfim uma das coisas mais improváveis, para não dizer impossíveis e indesejáveis, do universo aracnídeo aconteceu: Peter Parker e Miles Morales se encontraram!
É verdade, amiguinhos…
2 Homens-Aranha juntos
Um dos grandes argumentos que fazia os fãs do cabeça de teia não
imaginarem tal encontro baseava-se na dúvida de como unir dois
personagens de universos distintos. A única saída aparente seria tocar o
puteiro na linha espaço-temporal das duas linhas editoriais, causar uma
catastrofe gigante e criar um buraco negro ou vórtice temporal que
servisse de porta entre os dois universos e por aí vai, causando o maior
fuzuê e etc.
SÓ QUE NÃO! A resposta certa nunca é a mais óbvia mas, quase sempre, é
a mais simples. Porque não usar um dos inimigos mais corriqueiros do
herói, adorado por muitos e odiados por multidões? Sim! Mistério!
Aquele que, por muito tempo – e na mão de muitos roteiristas – foi
subutilizado e rebaixado ao segundo escalão de vilões do Aranha, caiu
como uma luva no impasse de como colocar os dois amigões da vizinhança
frente a frente. Una à isso algum tipo de tecnologia bizarra, digna de
Tony Stark e Reed Richards, e pronto! O circo está armado.
No primeiro volume, de um total de cinco edições, não recebemos
grandes detalhes da trama, do que está acontecendo ou do que está para
acontecer. Tudo que acontece, acontece rápido – como toda boa história
do Aranha – e, quando você menos percebe, nosso herói faz uma burrada e a
vaca vai pro brejo.
A revista termina no melhor estilo novela da Globo: mocinhos se
encontrando, embasbacados, sem entender nada. É ÓBVIO que você vai ficar
roendo as unhas até o volume dois chegar pra saber o que vai acontecer,
nem precisava ter história boa pra isso acontecer.
O roteiro está nas mãos de Brian Michael Bendis,
ninguém mais ninguém menos que o cara responsável por grande parte do
que o universo Ultimate é hoje. Além disso, consta no curriculo do cara,
trabalhos com Demolidor, Alias, a saga Dinastia M e a excelente HQ
policial Powers.
Quem assume os desenhos é Sara Pichelli. Sara é uma
das artistas da nova leva dos quadrinhos, trabalhando a “pouco tempo”
com a Marvel. Já desenhou alguma coisa dos X-Men e, a partir do segundo
volume de Ultimate Comics: Spider-Man, Sara foi contratada como artista principal responsável pelo aracnídeo na linha editorial.
Para os fãs de longa data do amigão da vizinhança, junto com o traço
mais “pop” – definido assim por ela mesma – é possivel identificar
algumas referências ao estilo clássico do desenho, principalmente na
movimentação do Aranha, nos remetendo à dinâmica utilizada na década de
80 e 90 por John Romita Jr. e Todd McFarlane.
Por fim, mas não menos importante, a colorização fica na responsabilidade de Justin Ponsor.
Justin é um colorista recorrente nas revistas do Aranha no universo
Ultimate, já tendo – também – trabalhado em algumas edições dos X-Men e
dos Vingadores, além de ter colorido uma boa parte da mega-saga Fear
Itself (A Essência do Medo aqui no Brasil). O que
recebemos nessa revista é uma pintura digital repleta de tons e
sobre-tons muito bem definidos e delineados com alguns efeitos de
pintura com aquarela, só como requinte.
Um trabalho muito bem capitaneado pelo trio, que empolga e cativa.
Uma pena ser uma revista tão curta e que dure um mês para continuar…