A Revolução dos Bichos começa com Rosa Vermelha e Branca de Neve saindo da Cidade das Fábulas para visitar A Fazenda e ver se está tudo em ordem por lá, além disso o plano por trás da viagem é Branca de Neve “deixar” sua irmã ajudar no trabalho da fazenda como forma de punição pelo fuzuê causado com sua morte forjada (Fábulas vol. 1 – Lendas no Exílio).

Enquanto João cumpre sua pena fazendo trabalho de faxineiro na cidade, a dupla de irmãs pega seu rumo para o interior, acompanhadas de Cícero, um dos Três Porquinhos.
Tão logo se aproximam da fazenda, Branca nota que alguma coisa está diferente. Sinais de coisas mundanas são encontrados nas redondezas da fazenda, algo que deveria ser impossível devido as magias ali postas. Chegando ao vilarejo da fazenda em si, Branca e Rosa encontram o lugar deserto, quase abandonado, vindo a descobrir que vários dos “animais” dali estavam reunidos no celeiro.
Quem conduzia a reunião eram os dois Porquinhos remanescentes e, segundo eles, o intuito de tudo aquilo era planejar uma retomada do mundo das Fábulas das mãos do Adversário.
No desenrolar da história acabamos descobrindo que os planos eram muito maiores e complexos que isso. As fábulas da fazenda sentiam-se cada vez mais animais, conforme viviam confinados na fazenda, proibidos de contato com o mundo dos mundanos. Não demorou para que grande parte dos seres ali se sentissem compelidos a confrontar as fábulas “humanas”, na cidade grande, exigindo sua liberdade de direito. Porém as coisas tomaram outras proporções…
A trama de A Revolução dos Bichos se desenrola com muito mais rapidez do que em Lendas no Exílio.
Não é preciso perder tempo introduzindo personagens nem explicando nada, o leitor pode ir direto ao que é importante na história e partir para as vias de fato, então é isso que o roteirista nos dá.
Entretanto, como contrapeso da rapidez/fluidez da história, temos uma trama mais rasa, sem uma grande investigação ou grande suspense. Os planos dos protagonistas são expostos logo de inicio, deixando para os mocinhos (e você, leitor) somente ir atrás da solução para sair dali.
Um ponto extremamente positivo do trabalho de Willingham é preocupar-se com a divisão de cenas entre as Fábulas. Por mais “principais” ou carismáticos que alguns personagens da série sejam, o roteiro é pensado para que cada um dos personagens, recorrente ou não, tenha espaço.
Por exemplo: no volume 1 da série Bigby Wolf, o Lobo Mau, e João protagonizam grande parte da revista. Nesta, eles são “deixados de lado”, apresentando personagens desconhecidos e relevantes para a trama, aumentando a gama de Fábulas sem excluir os outros que já tiveram seus 15 minutos de fama.
O material, assim como o primeiro volume, é de ótima qualidade. Muito bem editado, boa impressão e bom papel. Apesar de não ser um encadernado grande, proporciona uma pega boa para leitura e se comporta bem na prateleira, quando guardado. Vale o quanto custa e está na lista de leitura obrigatória.