Cinema / Como é difícil adaptar uma hq para o cinema

Salve pessoal.

É verdade que certas HQs quando levadas para o cinema, precisam ser adaptadas. É virtualmente impossível você colocar uma saga publicada em mais de 20 edições em uma trama de 2 horas.

Por mais que você trabalhe com um público que conhece o personagem, viabilizando que você corte todo o começo do filme fazendo apresentações, existem muitos detalhes que precisam ficar de fora para que a história principal seja encaixada na tela.

O problema é quando o roteirista viaja na maionese. Vamos a dois exemplos, um de uma história bem adaptada e outro de uma péssima adaptação.

Akira, de Katsuhiro Otomo é talvez uma das melhores adaptações para o cinema de uma HQ. A história manteve sua essência na animação de duas horas. E olha que estamos falando de um manga com 38 edições. A história se manteve basicamente a mesma: Kaneda e Tetsuo são membros de uma gangue de motoqueiros em Neo-Tóquio, Tetsuo é capturado pelo Coronel para se transformar em uma arma viva, porém ele perde o controle do seu poder e quase destrói o planeta inteiro.

difícil adaptar uma hq

Sei que muita gente vai reclamar, dizendo que o final não é o mesmo e que muitos personagens foram esquecidos ou se tornaram apenas figurantes, mas como falei a animação soube como manter a essência do manga, montando uma história mais curta, porém tão profunda quanto à das HQs.

Agora, quem não soube trabalhar bem a história foi X-Men 3 – O Confronto Final. A ideia até que era boa: mostrar a saga da Fênix Negra. E para isso, foi bolada a ideia de que a Fênix seria Jean Grey utilizando totalmente seus poderes. Dessa forma, não seria necessário mostrar o arco inteiro da Fênix, que envolve histórias com o Clube do Inferno, o Império Shi’ar e outros personagens que apareceram nas HQs.

O problema foi que o roteiro foi extremamente mal feito. Parece algo que foi escrito na última hora, de qualquer jeito. Até hoje não entendo o motivo daquele massacre de personagens, tendo suas principais vitimas o Professor X, Ciclope e a própria Jean Grey. Ou outros personagens perdendo seus poderes, como a Mística, Magneto e a Vampira.

Podemos citar também o filme do Demolidor, estrelado por Ben Affleck. Cortar o personagem Stick, o mestre de Matt Murdock, não foi a melhor ideia do roteirista do filme. E trazê-lo no filme da Elektra foi pior ainda.

Voltando aos casos de sucesso (apesar de parcial),  este mês estreou nos cinemas o filme Homem de Ferro 3. Novamente temos a adaptação de um arco grande de histórias e um vilão de peso: o arco de Extremis e o Mandarim.

Não pretendo dar spoilers aqui, mas posso dizer que Extremis foi muito bem adaptada para o cinema, mas Mandarim deixou muito a desejar. Particularmente esperava muito mais do personagem.

Enfim, adaptar uma história para os cinemas é extremamente complicado. Agora é torcer para que as próximas produções tenham histórias (e finais) melhores do que as atuais.

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