Para começar eu pergunto a vocês: O que vocês fariam se fossem o último HOMEM do planeta terra?
Nada que você pensou pode se comparar ao que o jovem Yorick escolheu, caso vocês ainda não tenham sacado estou falando de “Y The Last Man” uma das melhores HQs que eu já li.
O time de Y não poderia ser melhor: escrita por Brian K. Vaughan, que foi um dos responsáveis pelos roteiros de Lost (ok, o final não foi legal) e Ex Machina e com artes de Pia Guerra, velho conhecido para jogadores de RPG, responsável por desenhos de alguns livros como Vampiro — A Máscara, Changeling e Lobisomem — O Apocalipse, além de Marzá Jr. que desenhou as capas da obra.
A obra trás a narrativa de um mundo aonde uma praga de origem desconhecida matou a maioria das criaturas portadoras do cromossomo Y, que define o gênero masculino, sobrando apenas Yorick Brown e seu macaco Ampersand, e partir daí começa a saga para entender o que aconteceu com os homens bem como garantir, de certa forma, o reinicio da espécie humana, afinal sem homem como se faz, ou não faz?
O que me prende nessa HQ é a forma como o autor escreve como a sociedade sobreviveria a esta catástrofe, pois não querendo ser machista, sabemos que no mundo atual a maior parte dos governos estão nas mãos dos homens, assim como também outros cargos e empregos são dominado pelos homens, por exemplo: 99% dos mecânicos, eletricistas, pedreiros, assim como 100% dos sacerdotes católicos, muçulmanos, rabinos judeus ortodoxos. E todos estão mortos.
Como seria uma reestruturação mundial e as sequelas desse “generocídio”?
Brincando com esta ideia, Vaughan faz um ótimo trabalho de como imaginar o mundo mergulhado no caos distópico, mesmo que ainda lógico, partindo somente de pressupostos da nossa realidade atual, talvez sendo a parte mais difícil de uma HQ como esta. Possibilidades diversas surgem e são inseridas na historia, como por exemplo grupos radicais de feministas que se auto intitulam Amazonas, que assumem uma postura frente ao ocorrido de acreditar que a morte de todos os homens é uma benção, ou seja, um bando de sapatas revoltadas.
Intrigas políticas aparecem na HQ quando se descobre que ainda existe um homem vivo, logo a nação que o tiver, poderá se sobressair as outras, garantindo a supremacia. Os personagens coadjuvantes são intrigantes e importantes, pois no desenvolver da historia são eles que fazem o pano de fundo político, religioso e amoroso sendo inseridos e retirados da historia com uma leveza impressionante.
O personagem Yorick é meio babaca no inicio da HQs, tomando atitudes idiotas frente a importância de ser o último homem do planeta, fora isso seus ideais nobres de conseguir chegar até a Austrália para encontrar com sua namorada na esperança que ela esteja bem e assim finalmente repovoar o mundo a moda antiga são bem louváveis.
Este personagem nobre e romanceado frente ao caos instalado e a mulheres completamente loucas em hipótese alguma tende a parecer como uma forma de implicação aonde os homens são melhores do que as mulheres. Aliás estas diferenças sexuais são muito bem abordadas ao longo de toda historia.
A ideia política me chama muito a atenção como, por exemplo, quando o governo norte-americano fica sabendo sobre a existência do último homem e coloca Yorick sob vigilância, assim surge a Agente Especial 355 que o protege e o acompanha durante toda a historia, fora que outra pessoa entra para o grupo por ser uma cientista que estava próxima de conseguir o clone humano. Com essa premissa, a série deslancha percorrendo o que restou da civilização, vendo as consequências da tragédia e cada um com sua busca pessoal.
Apesar de eu ter passado uma ideia de uma HQ politizada e bastante pesada por conta do próprio tema, a série tem muito bom humor graças ao protagonista que se comporta muitas vezes de forma infantil e até mesmo pelas situações de adaptação a esta nova realidade.
Finalizando, quem ficou interessado pela revista poderá encontrar nas bancas através do selo Vertigo da Panini. O encadernado em questão esta muito bem produzido, a serie nos Estados Unidos saiu mensalmente em 60 edições, já no Brasil esta saindo em um compilado com 5 edições por encadernação.
Outra coisa que surgiu recentemente foi um fan filme muito bem produzido de 20 e poucos minutos, vale a pena conferir abaixo:
No mais já decidiu o que você faria se fosse o ultimo homem da terra? So não pode ser asanoturniano se não ferrava tudo.